Video-Expeditions / Video-Expedições. Artistic Action / Ação, 2011.
Action held during the Artistic Residency Program Terra UNA, in Minas Gerais (Brazil). / Ação realizada durante o Programa de Residência Artística Terra UNA, em Minas Gerais.
Brainstorm. Performance Video, 1 min, 2011.
Image of the work in a group exhibit, during the Artistic Residency Program Terra UNA, in Minas Gerais (Brazil). / Imagem do trabalho em exposição coletiva durante o Programa de Residência Artística Terra UNA, Minas Gerais. (Photo: Mayra Martins Redin)
The messenger and his double / O mensageiro e seu duplo.
Video, 3 min, 2011.
"The messenger and his double" is one of the videos produced during the Artistic Residency Program Terra UNA, in Minas Gerais (Brazil, 2011). / "O mensageiro e seu duplo" é um dos videos produzidos durante o Programa de Residência Artística Terra UNA, em Minas Gerais (2011).
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Forest
Interactions Award 2011
Artistic Residency Program Terra UNA
(sorry, portuguese only)
Prêmio Interações Florestais 2011
Programa de Residência Artística Terra UNA
www.terrauna.org.br/interacoesflorestais2011/Khalil_Charif.html
A partilha do sensível (ou viagem ao centro da terra)
A experiência de troca e envolvimento, que havia começado no site do Interações Florestais com o bate-papo entre artistas inscritos com propostas e sonhos, agora passava para um novo estágio: a residência artística em si.
A maioria veio junto, de ônibus, até uma cidade próxima, e de lá partimos naquele fim de tarde para o início da aventura. Logo o tempo mudou e um temporal assolou a estrada de terra, que virou lama, e os carros não passavam mais. Caiu a noite e lá estávamos nós, de alma lavada, encharcados e felizes, chegando.
O pequeno Tuan, Jaya e Nadam nos receberam com um “bem-vindos à Terra UNA”, na casa da Borboleta – o ponto central da ecovila. Logo em seguida veio Nana. Reunidos na cozinha, de mãos dadas, cantamos e dançamos em roda... Celebramos nossa existência ali juntos, e, entre tantas outras coisas, conversamos, noite adentro... Foi assim, alcançando o belo, nosso primeiro dia em Terra UNA. A partir dali, seriam quatro semanas de convivência em comunidade naquela usina de força poética criadora, em meio a uma floresta, nos vales da Mantiqueira.
Terra UNA encanta.
Meditar, observar, interagir... O silêncio, a partilha, o mutirão... Pouco a pouco nos acompanha uma sensação de pertencimento a algo maior, indescritível... Percebemos a vida e a arte se entrelaçando de maneira diferente... Sentimos o acaso e as leis da natureza... Tudo nos conduzindo a um improvável descobrir de forças e limites, de superação e descondicionamento. Uma verdadeira expedição, uma viagem ao centro da terra e de nós mesmos.
Realizar e colaborar nos projetos artísticos de cada um acaba se tornando um caminho natural de querer o melhor para o outro, para cada membro dessa nova grande família. Pensar propostas em conjunto também, porém são menos freqüentes - pois que é preciso dar conta dos trabalhos individuais de cada um e às vezes isso envolve a urgência do tempo. Precisamos aprender a lidar mais com ele, o tempo; mas também com nossas expectativas, nossas perspectivas, deixar fluir e viver aquele momento, transbordar, nos reinventar. Somos seres inquietos, mas ali aprendemos um novo tempo das coisas.
Das experiências mais interessantes, a maioria acontece quando estamos juntos, embriagados pela convivência. O lugar, as pessoas, tudo se transforma em campo expandido de possibilidades, que despertam, que transcendem. O impulso criador reencontra necessidades vitais. Vem uma certeza quase misteriosa de que aquilo, a experiência, vai permanecer, nos acompanhar dali em diante. Quem sabe alguns de nós consigam traduzir tudo isso e compartilhar, com toda a magia do sensível, aquela vivência; ou quem sabe só mais na frente, no futuro, toda essa energia se manifeste e se espalhe, além-nós.
Seduzidos pela memória, e pela verdade dos dias, a vontade é de continuar a habitar aquela realidade.
O sol já se pôs, mas ainda não terminou. A noite se apresenta e nos reserva outras surpresas... E quem sabe, amanhã tem mais.
Longa vida Terra UNA, terra de todos nós.
A experiência de troca e envolvimento, que havia começado no site do Interações Florestais com o bate-papo entre artistas inscritos com propostas e sonhos, agora passava para um novo estágio: a residência artística em si.
A maioria veio junto, de ônibus, até uma cidade próxima, e de lá partimos naquele fim de tarde para o início da aventura. Logo o tempo mudou e um temporal assolou a estrada de terra, que virou lama, e os carros não passavam mais. Caiu a noite e lá estávamos nós, de alma lavada, encharcados e felizes, chegando.
O pequeno Tuan, Jaya e Nadam nos receberam com um “bem-vindos à Terra UNA”, na casa da Borboleta – o ponto central da ecovila. Logo em seguida veio Nana. Reunidos na cozinha, de mãos dadas, cantamos e dançamos em roda... Celebramos nossa existência ali juntos, e, entre tantas outras coisas, conversamos, noite adentro... Foi assim, alcançando o belo, nosso primeiro dia em Terra UNA. A partir dali, seriam quatro semanas de convivência em comunidade naquela usina de força poética criadora, em meio a uma floresta, nos vales da Mantiqueira.
Terra UNA encanta.
Meditar, observar, interagir... O silêncio, a partilha, o mutirão... Pouco a pouco nos acompanha uma sensação de pertencimento a algo maior, indescritível... Percebemos a vida e a arte se entrelaçando de maneira diferente... Sentimos o acaso e as leis da natureza... Tudo nos conduzindo a um improvável descobrir de forças e limites, de superação e descondicionamento. Uma verdadeira expedição, uma viagem ao centro da terra e de nós mesmos.
Realizar e colaborar nos projetos artísticos de cada um acaba se tornando um caminho natural de querer o melhor para o outro, para cada membro dessa nova grande família. Pensar propostas em conjunto também, porém são menos freqüentes - pois que é preciso dar conta dos trabalhos individuais de cada um e às vezes isso envolve a urgência do tempo. Precisamos aprender a lidar mais com ele, o tempo; mas também com nossas expectativas, nossas perspectivas, deixar fluir e viver aquele momento, transbordar, nos reinventar. Somos seres inquietos, mas ali aprendemos um novo tempo das coisas.
Das experiências mais interessantes, a maioria acontece quando estamos juntos, embriagados pela convivência. O lugar, as pessoas, tudo se transforma em campo expandido de possibilidades, que despertam, que transcendem. O impulso criador reencontra necessidades vitais. Vem uma certeza quase misteriosa de que aquilo, a experiência, vai permanecer, nos acompanhar dali em diante. Quem sabe alguns de nós consigam traduzir tudo isso e compartilhar, com toda a magia do sensível, aquela vivência; ou quem sabe só mais na frente, no futuro, toda essa energia se manifeste e se espalhe, além-nós.
Seduzidos pela memória, e pela verdade dos dias, a vontade é de continuar a habitar aquela realidade.
O sol já se pôs, mas ainda não terminou. A noite se apresenta e nos reserva outras surpresas... E quem sabe, amanhã tem mais.
Longa vida Terra UNA, terra de todos nós.
O cartaz da floresta
Bichos-artistas enveredam-se pela mata, caminhando juntos, seguindo em expedição-descobrimento do sensível em cada um e nos arredores. É o primeiro dia da jornada. Ninguém leva máquina além da fotográfica, outros registros –se houverem– ficarão por conta de fragmentos de memória. Melhor assim.
O cartaz do sublime pendurado na floresta diz: “volto logo”. E num instante, não está mais ali. Há de se estar atento por estes lados. Tudo se move e nos movemos em busca de algo que não sabemos bem o que é; o barato poético passa a ser esse desconhecido a ser investigado, pelo caminho, em nós e nos outros. Ouvimos sons. Não estamos sozinhos. Outros seres nos observam, sem percebermos. Cantamos, sorrimos, estamos unidos. A natureza nos concede passagem, aos poucos. Seguimos, adiante. (...) As horas passam. O desafio continua. A respiração, difícil. O vento nos acompanha, e depois, a chuva. O céu anuncia novos rumos. Entendemos os sinais, do corpo e de Gaia: é chegada a hora de voltar. E voltamos.
No dia seguinte, reinventamos nossos destinos.
Vídeo-Expedições
Ao longo da residência, percebi que projeto de realizar vídeo-expedições deveria se tornar uma experiência mais informal do que inicialmente havia previsto, sem uma estrutura rígida, porém com a mesma lógica: fazer caminhadas de estudo e investigação, buscando um mapeamento de sensibilidades, um inventário de olhares, produzindo imagens gravadas pelos próprios participantes da ação, em um processo colaborativo e participativo.
Algumas saídas foram em conjunto com ações de outros artistas-residentes e acabaram por se tornarem partes inerentes àquelas propostas. Outras investidas foram realizadas através das oficinas do Ponto de Cultura, na cidade de Liberdade (Minas Gerais). Mas houveram também aquelas sem o meu acompanhamento direto ou mesmo introspectivas - situações que foram percebidas ou sugeridas na própria dinâmica da convivência diária; a câmera de vídeo estava sempre disponível, e mais importante: o impulso poético, a vontade de fazer, não tinha hora marcada pra acontecer.
Ao longo da residência, percebi que projeto de realizar vídeo-expedições deveria se tornar uma experiência mais informal do que inicialmente havia previsto, sem uma estrutura rígida, porém com a mesma lógica: fazer caminhadas de estudo e investigação, buscando um mapeamento de sensibilidades, um inventário de olhares, produzindo imagens gravadas pelos próprios participantes da ação, em um processo colaborativo e participativo.
Algumas saídas foram em conjunto com ações de outros artistas-residentes e acabaram por se tornarem partes inerentes àquelas propostas. Outras investidas foram realizadas através das oficinas do Ponto de Cultura, na cidade de Liberdade (Minas Gerais). Mas houveram também aquelas sem o meu acompanhamento direto ou mesmo introspectivas - situações que foram percebidas ou sugeridas na própria dinâmica da convivência diária; a câmera de vídeo estava sempre disponível, e mais importante: o impulso poético, a vontade de fazer, não tinha hora marcada pra acontecer.
( Estudo 1 )
Inventário de olhares
Da experiência toda, resultaram mais de 17 horas de material gravado; não há dúvida que a plenitude de fruição artística se deu no momento da ação, durante a vivência. Mas agora o desafio passa a ser compartilhar um pouco daquela experiência, através dos registros.
A idéia inicial era produzir um vídeo como dispositivo de registro, no sentido de dar conta daqueles diferentes modos de ver o mundo, sem ter “a autoria em si” como questão, pois que esta se encontra dissolvida ou mesmo não-identificável, pela própria natureza da proposta. A escolha de apresentação foi a de fazer uma série de pequenos desvelamentos das imagens, realizando vídeos de curta duração – que no futuro podem ser agrupados. As possibilidades de recorte são muitas, e estão abertas.
Da experiência toda, resultaram mais de 17 horas de material gravado; não há dúvida que a plenitude de fruição artística se deu no momento da ação, durante a vivência. Mas agora o desafio passa a ser compartilhar um pouco daquela experiência, através dos registros.
A idéia inicial era produzir um vídeo como dispositivo de registro, no sentido de dar conta daqueles diferentes modos de ver o mundo, sem ter “a autoria em si” como questão, pois que esta se encontra dissolvida ou mesmo não-identificável, pela própria natureza da proposta. A escolha de apresentação foi a de fazer uma série de pequenos desvelamentos das imagens, realizando vídeos de curta duração – que no futuro podem ser agrupados. As possibilidades de recorte são muitas, e estão abertas.
O trabalho está em andamento.
Algumas imagens preliminares foram exibidas ao final da residência artística, dentro da ecovila, durante o período de visitação, e também numa exposição coletiva na antiga estação de trem de Augusto Pestana, na vizinhança.
Algumas imagens preliminares foram exibidas ao final da residência artística, dentro da ecovila, durante o período de visitação, e também numa exposição coletiva na antiga estação de trem de Augusto Pestana, na vizinhança.
Tuan e Jaya na Casula
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Nadam tocando a Concha (um chamado para nos reunirmos )
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Nana na Borboleta
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Apresentação de Projetos no início da residência
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Na Borboleta: Elvis, Deborah, Mayra, Cindy, Nadam e AoLeo
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Quimeras da Mantiqueira
Série de quimeras (fantasias) realizadas durante expedições noturnas, quando estranhos seres terráqueo-unenses coabitavam alguns artistas-residentes.
Cenas gravadas entre o alojamento e a casa da Borboleta,
enquanto dormiam as almas boas...
"O mensageiro e seu duplo" (Quimera 7)
Veja outras quimeras em www.youtube.com/user/KCharif
Projeto Liberdade
Ação que consistiu em lançar a pergunta: "O que é liberdade para você?", à comunidade de Liberdade (MG). A intenção foi "o pensar" no sentido daquela palavra.
Para a quase totalidade das pessoas que me aproximei, foi a primeira vez que se depararam com esta pergunta em suas vidas - um dado que me motivou a buscar tornar essa ação viral e assim ampliar sua potência. Foram feitas várias idas à cidade, mas também aconteceu dentro da ecovila e nos arredores.
Um sem número de pessoas foram provocadas a responder, por variados motivos apenas uma pequena parcela destas foram registradas. A tantas outras, foi deixada a pergunta no ar. Fazer pensar, já é.
Por escolha poética, este trabalho buscou evitar um aprisionamento das "respostas" em um espaço-tempo matéria, pois que afinal: o que é liberdade para você?
Ação que consistiu em lançar a pergunta: "O que é liberdade para você?", à comunidade de Liberdade (MG). A intenção foi "o pensar" no sentido daquela palavra.
Para a quase totalidade das pessoas que me aproximei, foi a primeira vez que se depararam com esta pergunta em suas vidas - um dado que me motivou a buscar tornar essa ação viral e assim ampliar sua potência. Foram feitas várias idas à cidade, mas também aconteceu dentro da ecovila e nos arredores.
Um sem número de pessoas foram provocadas a responder, por variados motivos apenas uma pequena parcela destas foram registradas. A tantas outras, foi deixada a pergunta no ar. Fazer pensar, já é.
Por escolha poética, este trabalho buscou evitar um aprisionamento das "respostas" em um espaço-tempo matéria, pois que afinal: o que é liberdade para você?
Veja o registro da ação em vimeo.com/30117790
“Quem será, então, o artista do futuro? Necessariamente, a comunidade de todos os artistas... A obra de arte do futuro é coletiva. Esse desejo, no plano prático, só é pensado na comunidade de todos os artistas; o que constitui essa comunidade é a união de todos os artistas, segundo o tempo e o lugar, em vista de um objetivo determinado.
É dessa maneira –e não de outra- que o agrupamento de artistas do futuro tem que se constituir, logo que os una o objetivo da obra de arte, e não outro. Perguntar-se-á, então, quem será o artista do futuro. O poeta? O ator? O músico? O artista plástico? – Digamo-lo simplesmente: o povo. O mesmo povo a quem, ainda hoje, devemos a única verdadeira obra de arte que vive na nossa recordação e que só desfiguradamente imitamos, o povo a quem unicamente devemos a arte.”
“A Obra de Arte do Futuro”, Richard Wagner (1849).
"Ponto Central", Ação: Deborah Cimini / Colaboradores: Família Terra UNA / Vídeo: Khalil Charif
Livre registro da ação de Deborah Cimini, proposta de ativação/celebração do "Ponto Central", realizada durante a residência artística Terra UNA, Prêmio Interações Florestais 2011. Participam visitantes, artistas e moradores da ecovila localizada em Liberdade-MG.
(em construção) Em breve, novas imagens e vídeos da residência.